Conta o célebre missionário Dr. Moffat que numa ocasião um chefe
negro veio a seu encontro, lamentando dolorosamente.
– Que se passa com você? –
perguntou o missionário.
– Ah! A! – gemia o negro.
– Vamos, homem, diga-me o
que acontece, e não te lamentes tanto.
– Meu senhor, é que aqui vai
acontecer outra coisa terrível – disse o negro.
– Mas que pode acontecer?
Como?
– Meu cão para mais nada me
vai servir.
– Por que não? – disse
alarmado o Dr. Moffat, sabendo que a posse mais valiosa do indígena era o seu
próprio cão.
– Porque foi ele quem comeu
uma folha de minha Bíblia.
O Dr. Moffat ficou muito contente ao ver assim um sinal bem claro
de que a Bíblia estava sendo apreciada. Mas suspeitava que este chefe tinha algo
mais a dizer-lhe e não se enganou.
– Isto não lhe fará mal,
respondeu o missionário. Tem aparência de estar enfermo?
– Mas já não me servirá para
nada. Comeu as palavras da Bíblia e agora ficará tão manso que não se atirará
mais sobre os ladrões.
O missionário compreendeu então que o negro não se preocupava tanto
pela perda da folha da Bíblia como pela perda do cão.
O negro tinha observado os efeitos produzidos pela Bíblia na vida
de seu povo. Muitos homens violentos, intrigantes e ladrões, tinham-se tornado
humildes, pacíficos e bondosos. Estava contente, satisfeito de que seus súditos
experimentaram semelhante mudança pelo poder do Evangelho. Mas não queria tal
mudança para seu cão. Temia que por ele ter engolido uma folha da Bíblia, nele
se fizessem sentir os mesmos efeitos.
– Por teu cão ter engolido uma folha da Bíblia disse o
pastor – isto não lhe trará mal nem bem.
Meu desejo, amigo, é que você receba em seu coração as verdades do
Evangelho, para que alimente sua alma e seja fortalecido.
Isto é o que Jeremias expressa ao dizer:
"Achando tuas
palavras logo as comi; e, tua palavra foi para mim gozo e alegria do meu
coração. – Jer. 15:16.
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