sexta-feira, 15 de junho de 2012

PROFETIZE SOMENTE BENÇÃOS

Não é lá muito agradável ver um sapo. Mas, mesmo sendo um anfíbio com algumas protuberâncias na pele rugosa, que parecem verrugas, olhos escuros e bastante separados, ainda assim há quem goste deles e curta uma meiga pelúcia que nada tem a ver com o aspecto asqueroso do bicho.
Tudo bem, fazer o que, se há gosto para tudo?
Então, já que estamos falando sobre sapos, você deve ter ouvido falar nos cururus. Essa espécie é muito comum na Amazônia, tanto que é conhecida como ‘sapo da Amazônia’.
Ele não tem nada de muito diferente dos demais, a não ser o jato venenoso, que chega a uma distância de até 2 metros quando lançado propositalmente ou ao sentir-se acossado.
O interessante é que a substância lançada na vítima tem efeito inflamatório, que dura alguns momentos, mas não chega a matar.
É aí que vemos semelhanças com algumas palavras lançadas. Elas não são um veneno líquido, mas inflamam da mesma maneira. Não matam, mas deixam lesões no aspecto emocional ou psicológico. Essas pessoas não são sapos, mas lançam o “veneno” de propósito para ver a vítima paralisar.
Agora vamos dar um desconto para o coitado do sapo  cururu. Quando ele chega a soltar o jato de veneno, na verdade, está querendo se defender. Por isso, é o primeiro caso de sapo que tem essa capacidade de defesa ativa.
Mas, sapos cururus à parte, sabemos que se falamos muito a tendência é soltarmos algo que possivelmente vai ser mal interpretado pelo outro.
 Pv 13.3“O que guarda a sua boca preserva a sua vida; mas o que muito abre os seus lábios traz sobre si a ruína.”

E daí é impossível não lembrar o dia em que, conversando com um morador de rua sobre o motivo de ter abandonado o seu lar, ouvi:
– Um dia, a minha cunhada disse que eu era um lixo.
Depois, ele me fez observar a situação em que se encontrava: sentado na calçada, trajando apenas uma calça e chinelos, rodeado por pedaços de papéis, plásticos e restos de comida.
E foi isso o que me fez analisar se as palavras ouvidas merecem realmente ser absorvidas.
Em alguns casos, como o do morador em questão, elas são tão penetrantes, cortantes e venenosas, que deixam no chão qualquer sapo cururu da Amazônia. Porque nem mesmo esses são capazes de ejetar seus venenos para destruir a vida de seus agressores

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