segunda-feira, 8 de julho de 2013

O SILENCIO DE DEUS

A única vez que Ele orou por si próprio, o Pai lhe disse não! Deus pode nos dizer não! De muitas maneiras, porém a forma mais eloqüente de Deus dizer não é ficando em silêncio.
O silêncio de Deus leva-nos a analisar o nosso pedido e tomar uma das três opções: desistir, persistir ou descansar em sua soberania (que é uma opção intermediária) ou aguardar a vontade de Deus, seja ela qual for.
Jesus sempre teve suas orações atendidas pelo Pai quando orava em favor de alguém, mas a única vez que a Bíblia registra Jesus orando em seu próprio favor, o Pai fica em silêncio, e a aflição do Filho se torna ainda mais dolorosa. No Getsêmani, momentos antes de sua prisão, julgamento e crucificação, Ele procurou a ajuda dos amigos (Pedro, Tiago e João). Queria que o ajudassem em sua vigília, mas não obteve! Procurou também ouvir a voz do Pai, mas lhe foi negada, pois Ele estava procurando entender o que já sabia (ninguém tira a minha vida, mas Eu voluntariamente a dou... João 10:18). Não que Jesus tenha sido ignorante acerca de sua missão, mas humanamente sentiu aflição, então buscou a confirmação do Pai, ou seja: é esse o momento? Chegou a hora? Há como passar essa dor?
Por três vezes Jesus orou (Mateus 26: versos 39, 42, 44) pediu, persistiu e se entregou: “faça-se a tua vontade”, submetendo-se totalmente à vontade do Pai. Em nenhuma das vezes o Pai lhe disse algo, mas ficou muito claro que o silêncio de Deus foi um não (não passarei de você esse cálice) isto é: Jesus deveria enfrentar sozinho toda crueldade humana na cruz.
Como Pastor, tenho observado que as pessoas querem uma resposta imediata de Deus para seus problemas, sejam eles grandes ou insignificantes. E o silêncio de Deus tem sido para alguns um desconsolo ou até mesmo um tormento, pois as ansiedades humanas estão cada vez mais afloradas e a sensibilidade de espírito mais escassa.
O Mestre Jesus nos ensina que a única opção que temos, diante do silêncio de Deus, é nos submetermos à sua soberana vontade, sem questionamento, nem murmurações, pois não sabemos o que Ele fará de nós e muito menos o que Ele fará por nós!
William Cowper, brilhante poeta inglês, escreveu: “Por trás de uma providência carrancuda, esconde-se a face sorridente de Deus”.
O não que o Pai deu ao Filho em forma silenciosa, e a submissão do Filho, entregando-se à crucificação, ecoa até os dias de hoje como um grito de amor pelos homens pecadores! (Romanos 5:8: Mas Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores).
Diante do silêncio do Pai, devemos nos aquietar e saber que Ele é Deus. 
           

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